

Peroxissomos, uma organela multifuncional
Thiago dos Santos de Lima e Ruth J. G. Schadeck.

Apoio – Bruna da Silva e Mylena da Costa Agustin

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Peroxi.. Peroxissomos…Peróxido?
Os peroxissomos são organelas membranosas com diversificado conteúdo de enzimas. São assim chamados porque produzem, como subproduto de suas reações, o peróxido de hidrogênio, o qual é degradado dentro dele mesmo. Alguns peroxissomos podem apresentar uma estrutura mais elétron densa vista o microscópio eletrônico de transmissão denominada de cristaloide, facilitando assim a sua identificação. Quando isso não ocorre é necessário fazer uma marcação específica, como na imagem ao lado, em células de fígado de rato. Assim, as organelas que aparecem com a marcação (bolinhas escuras por esta técnica) são peroxissomos.
FUNÇÕES DOS PEROXISSOMOS
São organelas que podem realizar funções diferentes dependendo do tipo celular, organismo e estágio do desenvolvimento. Portanto, o conjunto de enzimas é variável. Faz parte de seu rol de funções a degradação aminoácidos, purinas e a B-oxidação de ácidos graxos de cadeia muito longa. Os peroxissomos também participam de processos de síntese, como a biossíntese de plasmalogêneos, um lipídeo de membrana de células nervosas, do colesterol e dos sais biliares.
Beta oxidação dos ácidos graxos – Nos peroxissomos as moléculas de ácidos graxos de cadeia muito longa ou ramificada produzem moléculas com dois carbonos chamados de acetil-CoA. A acetil-CoA migra para o citosol, onde participará de reações de síntese de outras moléculas ou para a mitocôndria onde poderá ser utilizada.
Embora os peroxissomos de tipos celulares diferentes possam apresentar diferentes conjunto de enzimas, todos os todos os peroxissomos apresentam oxidases e a catalase.
Oxidases
As oxidases usam o oxigênio molecular para oxidar substratos com produção de peróxido de hidrogênio (H2O2) como subproduto. Observe a reação abaixo, onde R representa a substância orgânica que perderá hidrogênios.

Catalase
O peróxido de hidrogênio é tóxico para as células e por isso deve ser rapidamente metabolizado a produtos não tóxicos. Isso acontece dentro da organela onde é produzido, o peroxissomo. A catalase converte o peróxido de hidrogênio à produtos não tóxicos.


Como mostrado acima, a catalase pode usar um substrato R’H2 ou pode degradar o H2O2 diretamente a água e oxigênio molecular. Essa reação pode ser usada como indicativa da presença de sangue. Assista ao vídeo ao lado e entenda porque:
Fonte – Canal do YouTube zecabio2010
Detoxificação do etanol – Os peroxissomos das células hepáticas metabolizam 25% do álcool das bebidas alcoólicas. Veja na figura abaixo a participação dos peroxissomos na detoxificação do etanol, formando acetaldeído que é utilizado pela mitocôndria. Assim, através da reação da catalase, na qual o peróxido de hidrogênio (H2O2) reage com o etanol, ocorrerá a perda de hidrogênios e o etanol é convertido a acetaldeído. Este vai para a mitocôndria onde sofrerá outras reações e será utilizado nesta organela. Além dos peroxisssomos o etanol também é metabolizado no retículo endoplasmático liso e no citosol.
Quer conhecer as doenças relacionadas aos peroxissomos? Assista o vídeo abaixo.
Fonte – Canal do Youtube Anderson Moreira
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